Palhaço

Lágrimas… lágrimas de uma criança que se pega em desespero por ter perdido algo, lagrimas de uma mulher por ter perdido o seu amor… e o pior... Lágrimas de Julieta por ter perdido o seu Romeu.

As mascaras estão ao chão, o circo esta em preto e branco e o palhaço já não têm o mesmo brilho nos olhos. Os sorrisos e palavras são jogados ao vento e passam displicentes sob o olhar de uma terceira pessoa. Fecho os lhos e posso ver o seu sorriso e sentir o gosto dos teus lábios. Por noites sussurrei para mim mesma para ser forte e culpei o destino pelo fim. Morfeu por sua vez me abraça e me consola durante a noite.

Pétalas de rosas caem de uma velha roseira, e os espinhos da flor que você me deu, fazem minhas mãos sangrarem, talvez, pela força que uso para apertá-los quando vejo sua imagem fugindo de mim em câmera lenta. O vento no meu rosto e que balança as folhas na arvore me faz ter a certeza que esse velho coração um dia poderá viver em paz, pois a vida é bela, e o cheiro da terra molhada pela chuva que cai nesse antigo terreiro embala meus pensamentos por acordes de uma melodia suave e me faz ver a imensidão que é a vida. Mesmo sem poder sorrir, sem poder respirar me sentindo sufocada por algo que não sei descrever ao certo.

A única certeza que tenho é que esse velho coração bandido faz cair constantemente lágrimas desses olhos que possuíam vida. E transformou esse palhaço em um simples coadjuvante desse amor… em um filme mudo e preto e branco, o qual por mais que tente sair, será sugado novamente por suas lembranças.