A águia que chora!

No aconchego de mim,

eu quero estar!

Me entendo,

sem julgo,

pondero.

Coisas da alma,

montadas em cores,

me levam em voos,

voos altos,

e os olhos de águia,

inseridos em mim,

vasculham lugares,

pessoas,

momentos!

Com visão aguçada,

plumagem perfeita,

em águia me equiparo,

forte sem medo,

presa não sou,

enfrento...

No aconchego de mim,

me acho,

encontro-me num eu,

verdadeiro e feroz!

Em voos eu sigo,

no beijar das asas,

na caça interior,

nem sempre notado,

na vida, nos meios,

nos ares tão altos,

em fim...!

Diferente de todos,

enquanto voo, descanso,

suporto alguns pesos,

às vezes o dobro,

e em penhascos eu moro,

no alto eu choro,

longe de todos,

em forte me faço,

mundo cão não entende,

que até mesmo a águia,

no aconchego de mim,

sente...!