Ergo meus olhos ao alto
e assim ignoro minhas lagrimas...
Céu negro de inverno
onde estrela alguma brilha...
E como um ultimo dia de primavera esmoreço
Como as folhas secas
danço ao soprar do vento...
Cada vez mais longe de meu oásis me percebo...
Ergo meus olhos ao alto
e assim tento afugentar minha dor...
Mas o firmamento é negro como luto
Estrelas não brilham...Sou um suspiro no escuro...
Não muito mais que um insone sonhador...
Entre tantos homens... Sem amigos
Entre tantos deuses...Sem um deus
Não muito mais que um servo sem senhor!
Contemplo terra seca ao desviar dos céus meu olhar
Grandioso deserto inóspito onde um dia existiu mar...
Areias que cedem (como eu) aos caprichos do tempo
Percebo-me aragem...
Sou o ultimo suspiro do sentimento!
Suspiro cansado e magoado...
Uma lagrima atrevida desce pelo meu rosto
morre em meus lábios...Estranha epifania
Ironia...Sinto que a tristeza me consola...
Em minha face uma molhada e salgada caricia!
Do chão retiro o peso de meus joelhos
Ergo-me forte...estufo o peito!
E quando desisto de encontrar luz nos céus
o sol, majestoso, se mostra no horizonte
E mesmo que nasça milhares de “Hojes”
Ainda sim serei o caçador de estrelas de ontem!