INTRANSPONÍVEL SOLUÇAR
(Sócrates Di Lima)

Em meio ao oficio a tarde corria num tom impávido,
Quando de longe chegou um presságio,
O coração que já andava apertado,
Deu um nó evoluindo em seu estágio.

Minha alma se entristeceu,
Como a tanto tempo não a via,
Um corte nas cordas vocais emudeceu,
A alegria oculta que antes havia.

E meus olhos molharam,
As meninas lacrimejaram,
A cor ocre misturou no cinza e sinalizaram,
A opaca visão que delas cingiram.

E lá longe senti intransponível soluçar,
De uma alma inquieta e triste,
E de repente um silenciar,
Minha alma atônita aquilo assiste.

E não pude me estancar e minha alma chora
Diante de um terceiro intruso,
Que apesar de fora de hora,
Me deixou confuso.

Distante, não pude com as mãos secar o pranto,
E nem mudar a sequência dos fatos,
Acabara de fenecer os atos,
Da espera de uma luz daquele canto.

Então, morreram as esperanças,
Morreram as crenças,
Palidaram os risos das crianças,
Que alimentavam o amor adulto por avenças.

..E foi assim,
Jamais esperava que um dia isto viesse acontecer,
Ouvir, saber, escrever dentro de mim,
O termo fim, de uma história que sem final, fiiz morrer.

Ah! Que a tarde fúnebre exala o ocre sepulcral,
No ataúde de um amor infinito que pensei nunca acabar,
Dantes, seguindo cortejo da alma triste e do coração irracional,
Chorou ao longe e dentro de mim, um intransponível soluçar. 

Foi-se o que não era para ter sido,
Perdeu-se o aroma e o perfume do corpo em valsa,
Quebrou-se o encanto de um eterno querido,
Numa voz rouca e chorosa de uma vontade falsa.

Não há remédio que cure e nem poderá ser curado,
A dor de uma lágrima de um amor finito,
Onde o fim é o começo de um nada esperado,
No gemido lânguido de um insuportável e slencioso grito.

Jardinópolis-SP., 17 de jeneiro de 2013.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 17/01/2013
Reeditado em 17/01/2013
Código do texto: T4090168
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