ARREPENDIMENTO

acendeu o cigarro e olhou a fumaça

que se dissipava no ar sem vento

era um olhar vazio, de sofrimento

uma dor que vinha do fundo do coração

levantou-se do sofá, estava impaciente

foi até a varanda, sempre tristonho

queria que tudo aquilo fosse um sonho

desejava acordar, viver a realidade

mas a realidade era aquela, sabia

pensava em Lúcia que tanto a queria

nunca imaginou viver sem seu amor

iria tentar resolver essa questão

ela foi embora sem aceitar seu perdão

estava magoada, preferiu ficar só

não queria mais esse homem vulgar

sentiu-se traída, não quiz se humilhar

ser apenas mais uma na sua cama

se achava o tal mas o destino o enganou

traçou seu caminho e ele chorou

viu que não valia a pena mentir

trocar um amor sincero por aventura

agora está só, na rua da amargura

arrependimento, palavra que lhe assusta

está arrependido do mal que fez

um amor que como fumaça se desfez

outro cigarro acendeu, uma vida se apagou

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 16/01/2013
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