ARREPENDIMENTO
acendeu o cigarro e olhou a fumaça
que se dissipava no ar sem vento
era um olhar vazio, de sofrimento
uma dor que vinha do fundo do coração
levantou-se do sofá, estava impaciente
foi até a varanda, sempre tristonho
queria que tudo aquilo fosse um sonho
desejava acordar, viver a realidade
mas a realidade era aquela, sabia
pensava em Lúcia que tanto a queria
nunca imaginou viver sem seu amor
iria tentar resolver essa questão
ela foi embora sem aceitar seu perdão
estava magoada, preferiu ficar só
não queria mais esse homem vulgar
sentiu-se traída, não quiz se humilhar
ser apenas mais uma na sua cama
se achava o tal mas o destino o enganou
traçou seu caminho e ele chorou
viu que não valia a pena mentir
trocar um amor sincero por aventura
agora está só, na rua da amargura
arrependimento, palavra que lhe assusta
está arrependido do mal que fez
um amor que como fumaça se desfez
outro cigarro acendeu, uma vida se apagou