Aleatoriedades da Frustração

já dizia o grande gênio

que nascemos todos para nos encontrarmos na terra

que maravilha viver..

todos diferentes, mas ainda assim tão iguais..

uma criança a chorar

uma senhora a agonizar

uma mulher a sorrir

um homem a esbravejar

e se todos fossem você? ou eu?

tão difícil acreditar, que um dia iria eu te escrever

a minha tão pobre rima, e minha tão fraca prosa,

ainda que tão triste e tão sombria

e tão chorosa...

enquanto foge de mim a inspiração

sinto a alma deserta

um buraco no peito

no frio tão incomum dessa noite de verão

e a lágrima que escorre pela face

correndo atrás da outra que fugiu

pesa uma tonelada de indignação arrependimento e inconformação

e se perde no vazio

e quem vê meu sorriso e pensa que sou alegre

não faz idéia de que ele é por consolação

pois apenas sei conter, para ninguém ver, o pranto do meu coração

pranto que verti, por talvez não compreender..

e depois de derramado, e ainda soluçando

com o peito sufocado, e o olho irritado

juro a minha jura

e jamais a quebrarei

independente de quanto doa..

todo (e tanto) pranto esconderei..