Morada no esquecimento
Deito no escuro de um quarto vazio,
os sonhos acorrentados em uma cama fria,
o ar pesado de um coração partido,
um som silencioso que grita em minha mente,
uma tristeza que invade minhas memórias,
quando a insônia toma conta das horas,
o relógio desacelera o ritmo,
não há beijos de boa noite,
não há estrelas para contar no céu,
não há lua para captar raios fugidios,
não há trilha sonora para adormecer,
só há abandono, melancolia e perda,
em algum outro lugar alguém dorme feliz,
alguém faz morada no esquecimento,
alguém se enrosca nos braços de outro alguém,
alguém segue sua vida sem olhar para trás,
mesmo que os ponteiros destoem na geografia,
mesmo que as narrativas estejam descompassadas,
alguém sempre há de superar primeiro,
alguém há de se encontrar na estrada do destino,
alguém há de decidir por si o que seria por ambos,
alguém há de sorrir para o novo dia assim que acordar,
mesmo que esse alguém não seja eu...