PÓRTICO DO AMANHÃ
Juliana Valis
No pórtico do amanhã,
Um sonho beira à tempestade,
Como verso que me invade
Em cada estrela mais que vã,
Construindo, em nós, uma cidade
Onde a vida, na verdade, seja simples, seja sã...
Pois de que vale a pena ver
A mesma dor pelas esquinas,
Atrás de mim e de você,
No fim, entre becos e chacinas
Da violência a nos render ?
De nada adianta mais, de fato,
Aprisionar emoções sem vê-las
Transformando esse mundo insensato
No sonho muito além de estrelas
E muito além da dor no mesmo vão retrato
No mesmo véu ingrato de dores, só por tê-las...
Céus, o que será, enfim, da vida,
Se o soturno pórtico do amanhã fechar
E não houver, assim, mais qualquer vã saída
Que nos leve, além da lida, ao coração do mar?
------
Juliana Valis
No pórtico do amanhã,
Um sonho beira à tempestade,
Como verso que me invade
Em cada estrela mais que vã,
Construindo, em nós, uma cidade
Onde a vida, na verdade, seja simples, seja sã...
Pois de que vale a pena ver
A mesma dor pelas esquinas,
Atrás de mim e de você,
No fim, entre becos e chacinas
Da violência a nos render ?
De nada adianta mais, de fato,
Aprisionar emoções sem vê-las
Transformando esse mundo insensato
No sonho muito além de estrelas
E muito além da dor no mesmo vão retrato
No mesmo véu ingrato de dores, só por tê-las...
Céus, o que será, enfim, da vida,
Se o soturno pórtico do amanhã fechar
E não houver, assim, mais qualquer vã saída
Que nos leve, além da lida, ao coração do mar?
------