O cântico da cotovia

Nesta triste calada calada noite escura e fria,

Na embriaguez das ramagens e das flores
Voa, Voa, por entre as sombras das rameiras
Vem anunciando que já é o dia .
 
Vem, trazendo a noite de ventura etérea
O amor da minha vida e de alma impura
Não me queiras anunciar a despedida d’aurora
Num pouso plácido d’uma palidez marmórea
 
Jaz agora neste sepulcro lúgubre e gélido
 Passou como um o vento sombrio e frio
 Breves sombras de sonho vago e fugidio  
 Mórbida amargura de um leito esquecido.
 
    Sem vida, sem luz, e sem sonhos        
No murmúrio solitário e adormecido
Velarei por entre as flores das campinas
Nos campos verdejantes orarei chorando,
Num pouso suave das brisas eternas
 
Voa depressa, mais veloz que o vento
Num tenebroso mistério do tempo  
Nesta noite sombria e entristecida
num gemido de dor que dilacera a vida.
 
 

 mariarayalves Silva
Rayalvessilva
Enviado por Rayalvessilva em 06/01/2013
Reeditado em 03/03/2018
Código do texto: T4070930
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