Corações
Retorno da minha boemia
poética com a lucidez
e estupidez de quem se
embriaga com as palavras
mais incorretas que provocam
dor e nudez na alma peregrina.
No silencio caminho pelo
lar como gatuno assustado.
Dispo-me da minha literatura
nua e crua e encarno o sonambulo
da noite gelada.
Deito, abraço e sinto o cheiro
mas a carne perdeu seus sentidos
e encolhido ,perdido entre lençóis
sou surpreendido pelo calor do
astro rei e despertando-me das
minhas alucinações noturnas.
Vejo que nunca existiu dois
corações, apenas um, solitário
e inquieto nas estradas das letras.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano