À noite me caiu tenebrosa.
Autor: Daniel Fiúza
29/12/2012.
À noite me caiu tenebrosa,
nos meus alicerces fortes,
e nas minhas colunas imperiosas,
impetuosamente firmes,
dilaceradas pelo meu vazio.
A escuridão entrou amargurada,
pela janela que se abriu,
e como anjo exterminador,
se alastrou pelos vales da minha pele,
escondendo o amor que me feriu.
Flores tiranas e iradas, nasceram,
magoando todo o meu futuro,
com rudes pétalas agressivas,
soltando néctar radioativo,
e pólen em pó de aço
como uma chuva ácida,
umedecendo minha ilusão.
Essa noite floriu a rosa negra,
cujos espinhos ganharam vida,
cuspindo cores pálidas e descoloridas,
na triste noite que caiu em mim.
Meus olhos lacrimejaram,
lágrimas tristes e notívagas,
formaram um rio de escuridão,
desaguando no mar da tristeza.
O breu rolou desencantado,
rasgando e queimando o peito,
formando um buraco negro,
na cavidade mais funda e escondida,
do meu sensível coração,
que hoje bate sem nenhuma emoção.