RÉQUIENS
Juliana Valis
Todo poeta precisa de sonho
Pra escrever seus versos,
Ainda que o tempo mais tristonho
Preencha corações dispersos,
E diluídos no céu medonho
De anátemas, de universos,
Todo poeta precisa de sonho
Pra escrever seus versos...
Se não fosse verdade,
Se não fosse certeza
Que toda vã tempestade
Não nos mostra clareza,
Talvez o céu da cidade
Desabasse, assim, na firmeza
Do que nunca existiu...
E eu que antes cantava,
E eu que antes corria
De mim, do vento e do dia,
Hoje assim me perco na estrada
E vejo nada, do começo ao fim,
E não há preço pra dor que nos brada,
Sou apenas nada, entre os réquiens de mim.
Juliana Valis
Todo poeta precisa de sonho
Pra escrever seus versos,
Ainda que o tempo mais tristonho
Preencha corações dispersos,
E diluídos no céu medonho
De anátemas, de universos,
Todo poeta precisa de sonho
Pra escrever seus versos...
Se não fosse verdade,
Se não fosse certeza
Que toda vã tempestade
Não nos mostra clareza,
Talvez o céu da cidade
Desabasse, assim, na firmeza
Do que nunca existiu...
E eu que antes cantava,
E eu que antes corria
De mim, do vento e do dia,
Hoje assim me perco na estrada
E vejo nada, do começo ao fim,
E não há preço pra dor que nos brada,
Sou apenas nada, entre os réquiens de mim.