Castigo da Seca
Que vida sem beira
com tanta asneira
tento o intento
sem viés, me ausento
sumo daqui
com temor em partir
a saudade do mundo
distante profundo
sem apego e sossego
não vejo o por quê
aumenta o desejo
de amanhã não nascer
olho pro céu
e só vejo um anel
fino e seco
que sequer conheço
será a chuva
que tanto sonhei?
as nuvens caindo
mulher que gostei
acho que não
então me aproximei
chão tão rachado
e amor tão cansado
nem a música daqui
consegue impedir
a fome de existir
nos meninos amados
não vejo solução
somente miséria
o que faço então
família não morrer
meu amor pequeno
meus filhos crescer
só assim sendo
Deus perdoar
as maudades do homem
torto a trucidar
só te peço divino
tenhas piedade
pois como estar
so a morta saudade
da minha familia
é que vai me restar.