DESESPERANÇA
Chorando com voz falseada
Guerreiro parece menino
Até quem professa é criança
Criança é que é só desatino.
A esperança morreu atropelada
Pela velocidade da vida
No desejo de comprar a saúde
A água, o direito e a plenitude.
As escolas são rodas vivas,
Cotidianos que entediam;
Não mais se aprende; nem sonha
É a mais pura e real fantasiada.
Crianças amordaçadas roem
A corda que as proíbem chegar
Ao conhecimento que salva;
Enquanto a vara do consumo
Fustiga seus rabinhos entre as pernas.
Como animaizinhos em jaulas
Esperam um domador pacifista.