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Pesa-me o peito sem alicerces

Invadido pela angústia

Dilacerado pela monotonia

Pesa-me como uma armadura medieval,

Uma lança na artéria

Os primórdios de um infarto

Pesa-me como um abandono cabal,

Um arrependimento inquietante,

Uma culpa imperdoável

Uma solidão.

Inspiro pedregulhos diários,

Bigornas constantes

E quilos de terra que são incomodamente depositado nele.

Ele,

O peito,

Que pesa, que teima, que arde, que aceita,

Que cala...

Não existe algo que pese mais que o silêncio de um peito.

Um grito que não se ouve,

Um caminhar que não se move,

Um talho que não sangra,

Uma ferida que não se vê.

Pesa-me o peito por carregar um cofre sem senha,

Sem chave,

Sem segredo,

Que guarda ou esconde algo que não se sabe o que é,

Que jamais será decifrado,

Mas que pesa... e muito.

Umile Romano
Enviado por Umile Romano em 23/12/2012
Código do texto: T4049374
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