o0º0o PESO o0º0o
Pesa-me o peito sem alicerces
Invadido pela angústia
Dilacerado pela monotonia
Pesa-me como uma armadura medieval,
Uma lança na artéria
Os primórdios de um infarto
Pesa-me como um abandono cabal,
Um arrependimento inquietante,
Uma culpa imperdoável
Uma solidão.
Inspiro pedregulhos diários,
Bigornas constantes
E quilos de terra que são incomodamente depositado nele.
Ele,
O peito,
Que pesa, que teima, que arde, que aceita,
Que cala...
Não existe algo que pese mais que o silêncio de um peito.
Um grito que não se ouve,
Um caminhar que não se move,
Um talho que não sangra,
Uma ferida que não se vê.
Pesa-me o peito por carregar um cofre sem senha,
Sem chave,
Sem segredo,
Que guarda ou esconde algo que não se sabe o que é,
Que jamais será decifrado,
Mas que pesa... e muito.