Inimigos invisíveis...

Olho para meu mundo destruído...

Vejo cinzas e fumaça do restou...

Vejo-o sem meus heróis, somente vencido...

Descubro que só eu vim e só de volta eu vou...

Vou andando sobre teus podres escombros,

Reconheço a cada palmo um traidor morto,

Lembro minha ignorância ao adorá-los com assombros...

Devia tê-los abandonado em qualquer porto...

Vejo que naveguei numa nau de falseadores,

Lugar que não tem o sangue que eu tenho,

Eram todos piratas-ladrões desertores,

Sinto seus açoites pelo caminho que venho...

Vou ter de empreender uma fuga feroz

Pra acabar com esse castigo de açoite...

Vou voar preso a uma corda atroz,

Fazer os dias que tenho tornarem noite...

Vou fazê-los submergir numa tempestade,

Serão jogados numa praia deserta, vazia...

Lá estarão sós de frente com a verdade...

E entenderão o que quer dizer covardia...