Colo

Quem dera eu pudesse despir

essa angústia que me veste.

Quem dera eu pudesse chorar

e o consolo de um colo

houvesse.

Lembras, doce companheira,

das cores que visitamos?

Dos caminhos que andamos

e dos amores que amamos?

Mas agora, quem dera meu grito fosse ouvido

e o teu carinho não me fosse proibido.

Quem dera o amor que tivesse havido

não se tornasse o momento interrompido.

Lembras, doce companheira,

do tempo que sonhávamos

a música que nos era exclusiva

qual a alameda da "sempre viva"?

Mas agora, quem dera a música

não fosse privilégio do Aedo

e eu pudesse tocar a certeza

de não ser só.

Lembras, doce companheira,

dos planos que imaginamos

e das fantasias que realizamos?

Mas agora, doce companheira,

eu só queria que o "blue" da negra voz,

fosse a ponte que me transporta.

E que te permiti.

Porque os diamantes e a Musa são eternos.