Eu me devezenquando às vezes
Eu me devezenquando a pinçar pensamentos. Me demagogizo aos poucos até me perceber eumim.

Sei que talvez a bruma do eu me oculte sob a sombra de um clarão de horror. Mas, sigo-me, sem medo de estar praticando a vida.

Vida: o olvidar jamais a um passo sempre do fim. Prestes a estar sozinho, num desencadear de saudade eu passo, deixando partes de mim no espaço.

E se me afigura a órbita de se perscrutar envolto em lágrima. Molhado. Em auto-marasmo entretido.

Quero mesmo resvalar nesse limite. Da solidão fuga de mim a cada dia. De um sem viver me devezenquando aos passos pequenos em direção ao nada. Abstendo-me da roda-viva-flor-de-lis que me embriaga. Meu doce ego a quem desprezo faz-se eumim, paulatinamente rasgando as vestes da alma-alpargata. Louvando o silêncio e o êxito da minha própria tristeza.

 
Marcorelo
Enviado por Marcorelo em 15/12/2012
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