Jejum de amor
Desiludido,
do amor enojou-se
e ao jejum entregou-se
Também, pudera!
Sua consorte o abandonou..
Oh! Quê falta de sorte!
Trocou-lhe por outro
Bem apanhado de bolso
E o coitado chorou...
Chorou todo o seu pranto
O desejo, nele não mais se achou
E o infeliz amargou toda a dor...
Os carinhos, não tem mais nenhum
Está feito dor, renúncia e desprezo...
Vive em completo jejum
Não por amor à bandida
Que lhe é falecida...
Ah! Quê triste jejuar!
Jejuar de amor é morte renhida,
A vida perde todo o sentido
Mas enfim; a vida tornou-lhe triste
E triste ficou...
Tornou-lhe avesso
E do avesso ficou...
("Versos Dispersos" pág. 15 – 21 de maio de 1981)
Edir Araujo, poeta e escritor independente.
Autor dos livros: A Passagem dos cometas, Risos e Lágrimas, A
Boneca de Pano e Fulana (inédito).