O Hóspede

Há pensamentos, sentimentos incômodos. Eles perduram, não oferecem respostas, nem explicações. Apenas ficam lá, imóveis, parasitas, e principalmente, malditas.

Parecem gostar de você. Apresentam-se como um hóspede. Mas você, claro, não gosta deles.

Ao invés disso, você, com olhos fechados, tenta responder. E acaba recorrendo a catarses, preces, vícios, álcool, outras coisas.

E funcionam ? Não. Eles te aplaudem, gargalham e regozijam-se de suas frustradas tentativas.

Você é uma peça de teatro, divertida, e de entrada franca para todos eles.

Até que, num pensamento fugaz, percebe que seu hóspede não tem a intenção de deixá-lo jamais. Quando mais se tenta escapar, mais presente ele está.

Então você olha para ele, e sorri.

Cumprimente-o, ofereça-lhe café, palavras de conforto, e um assento. Conheça-o melhor. Seja educado.

Delate sua simplicidade. Ou complexidade. Conheça seu inimigo.

E, por fim, expulse o demônio interior, exorcize-o.

Veja o Teatro pegar fogo.

Faça uma prece, e sorria, após muito tempo.

Gibran Lahud
Enviado por Gibran Lahud em 13/12/2012
Reeditado em 13/12/2012
Código do texto: T4033397
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.