E M Í L I A

uma forte corrente de ar

entrou pelo enorme corredor da casa

Emília dormia profundamente

naquela manhã que se previa de chuvas

acordou assustada colocando as luvas

para encobrir uma enfermidade em suas mãos

isso a entristecia, a deixava quase reclusa

naquele quarto onde o sol pouco clareava

na verdade ela não gostava, ele a incomodava

Emília sentia uma profunda decepção

por razões que o coração é quem sabe dizer

amara um homem que suas mãos o destruíram

movida pelo ódio os ciúmes a consumiram

hoje lamenta o desfecho de seu ato impensado

o destino colocou marcas em suas mãos

jamais vai esquecer, sente agora a carícia do vento

que entra pelo corredor e aguça seu pensamento

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 12/12/2012
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