Solicitação não atendida
Imóvel diante de um mundo artificial
O tédio artífice tece a morte que vivo
A inércia que constrói um paradoxo explícito
O paradoxo de uma existência onde inexisto
Palavras não rimam, gritos não desabafam
O sangue vaza fugaz e mortífero
Sangue morto, sangue de um morto
Enquanto minha mente morre pouco a pouco
Imagem quadrada de um mundo redondo
Meu refúgio, meu mundo imundo
“Palavras!”, suplico moribundo
Taciturno, silencioso,
Incapacitado pelo cérebro defunto
“Palavras! Sentimentos! Vida!”
Solicitação não atendida...
Vazio defronte de um mundo abiótico
A improdutividade ociosa produz o tédio assassino
O tédio que me conduz à existência onde inexisto
A inércia que constrói meu paradoxo
Sentimentos não ferem, nem curam
Nem mesmo existem
O sangue pára inerte e mórbido
Sangue morto, de alguém que nunca foi vivo
Enquanto minha mente, já não existente
Viaja pelo além-mundo demente
Sombra colorida de um mundo sem cor
Meu refúgio, meu túmulo
“Vida!”, rogo lânguido
Mórbido, pecaminoso
Bloqueado pela imbecilidade de um louco
“Palavras! Sentimento! Vida! Amor!”
Silêncio...
Nenhuma palavra...
Carne prostrada...
Olhos fixos no nada...
Morte...
Solicitação não atendida...
Desculpe, pobre rapaz,
Mas é o fim da vida...
(Setembro de 2008)