Solicitação não atendida

Imóvel diante de um mundo artificial

O tédio artífice tece a morte que vivo

A inércia que constrói um paradoxo explícito

O paradoxo de uma existência onde inexisto

Palavras não rimam, gritos não desabafam

O sangue vaza fugaz e mortífero

Sangue morto, sangue de um morto

Enquanto minha mente morre pouco a pouco

Imagem quadrada de um mundo redondo

Meu refúgio, meu mundo imundo

“Palavras!”, suplico moribundo

Taciturno, silencioso,

Incapacitado pelo cérebro defunto

“Palavras! Sentimentos! Vida!”

Solicitação não atendida...

Vazio defronte de um mundo abiótico

A improdutividade ociosa produz o tédio assassino

O tédio que me conduz à existência onde inexisto

A inércia que constrói meu paradoxo

Sentimentos não ferem, nem curam

Nem mesmo existem

O sangue pára inerte e mórbido

Sangue morto, de alguém que nunca foi vivo

Enquanto minha mente, já não existente

Viaja pelo além-mundo demente

Sombra colorida de um mundo sem cor

Meu refúgio, meu túmulo

“Vida!”, rogo lânguido

Mórbido, pecaminoso

Bloqueado pela imbecilidade de um louco

“Palavras! Sentimento! Vida! Amor!”

Silêncio...

Nenhuma palavra...

Carne prostrada...

Olhos fixos no nada...

Morte...

Solicitação não atendida...

Desculpe, pobre rapaz,

Mas é o fim da vida...

(Setembro de 2008)

Wesley El Nino Silva
Enviado por Wesley El Nino Silva em 06/12/2012
Código do texto: T4022895
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.