Vívido Ente
Ando, cambaleante, procurando uma saída
A alma treme e chora, envolta em torpor
Anseio o fim do pesadelo chamado 'vida'
Pois a morte é a cura se a vida é a dor
Reencontro fantasmas, malditos agourentos
Vieram do passado para me atormentar
Riem enquanto definho, zombam meus lamentos
A decadência é inerente, mal posso respirar
A cada nova manhã nasce uma nova agonia
Ao ver que ainda vivo este meu destempero
Que maltrata, machuca mais a alma a cada dia
Mas ainda vivo, existo, isso causa desespero!
Houve quem antes disse que a dor era temporária
Que tudo era uma fase, que acabaria em breve
Mas a verdade se mostrou dura e arbitrária
Em pleno verão meu coração brinca com neve
Ah, como eu queria, eu preciso, necessito
De um motivo pra que seja útil esta batalha
Que torne o meu mundo um lugar mais bonito
Mas nos dias vindouros, só a tristeza se espalha
Se Deus realmente existe, que Ele me ajude
Que traga um fim para esta dor eminente
Que faça por mim aquilo que nunca pude:
Acabar com a vida deste ser tão doente