MUITAS FLORES

Encontraram-no, na primeira luz do dia,
Rapidamente, espalhou-se a notícia,
Na rádio, no corpo a corpo, no vento,
Houve um grande enternecimento,
Olhares surpresos, no pacato arraial,
Morreu o Zé doidinho,
Que passava o tempo inteirinho,
Andando, gesticulando, falando sobre o amor,
Se intitulando o último senhor,
Das sublimes profecias,
Quem via e o ouvia, sorria,
E sentia até um pouco de paz celestial,
O doidinho se tornou uma figura especial,
Naquele longínquo lugar, que quase nada acontecia.
Foi enterrado com todas as honrarias,
Muitas flores, missa, e uma banda musical.