O PERGAMINHO

Quem sou eu?

Se não um poeta fora de época

Procurando com estas mãos trépidas

As vestes que entrarei no céu.

Quem eu sou?

Se não um bobo apaixonado

Que de amor morre amargurado

Por um futuro que não passou.

O que é a vida?

Se não um poema de horrores

Onde o pobre eu-lírico em dores

Lamenta mil lágrimas sofridas.

Eu tenho papel aqui?

Se sim, não vou mais aceitar

Vos deixo escrito, tentei amar

Mas foi pra solidão que me vi sorrir...

E são com estas palavras que me despeço

Eternizar-me-ei num pergaminho

Que como eu, está sozinho

Cheio dum conteúdo funesto.

Adeus...

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 02/12/2012
Reeditado em 02/12/2012
Código do texto: T4016638
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