Veredito da solidão
Nem sempre o domingo é vívido;
Segundo posso sentir na carne;
Às vezes o cenário é tétrico,
Quando a desilusão é o cerne...
Desesperança é dura, sôfrega,
No esperanto em que ela versa;
Canta a sina de alma trôpega,
Gélida como habitat da morsa
A fonte dos poemas mágicos,
Afrontada nem sempre verte;
Retida nos seus fatos trágicos,
Que a magia só olha e parte...
Resta o dom no anseio fúlgido,
De pintar quadro que valha luz;
Mas, baço ante o olhar úmido,
Não deixa um filho que faça jus...
Ventos adversos, vela trêmula,
Fazem a travessia do dia, dura;
De sobras até vive a rêmora,
dieta do amor, não é tão mera...
Claro, uma hora acaba o périplo,
O contorno dessa vasta ilha;
Solidão condena alheia ao mérito,
Inocência clama e ela não olha...