SOLITÁRIO SER

Às vezes eu fico triste
Pensando no amor que não existe.
No amor que nunca vem
No querer afã de toda manha.
Às vezes eu fico mudo
Pensando no absurdo querer
No vexame de nada saber
No frio, no arrepio, no desvio
Que causa calafrio ao anoitecer.
Às vezes eu fico surdo
Fico imóvel sem me remover
Eu me recuso algo escutar
A algo perceber,
Isso nada mais é
Que o vazio inerente a
Que pertence todo ser
No impreciso entardecer.
Às vezes eu fico cego e renego
O que eu sempre enxergo e fico certo
Do sonho que nunca irei
Viver e aí eu choro...
Lá no intimo, bem baixinho
Pra ninguém ver e inconscientemente
Me defino, definho e me conscientizo
De tudo que jamais vou conseguir ter...
É difícil ser feliz sendo “solitário ser”.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 01/12/2012
Código do texto: T4015138
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