FÉ NORDESTINA
Odir Milanez
Passam nuvens ligeiras, apressadas,
o vento variando os seus destinos.
Algumas em farrapos formatadas,
outras, feito algodão, em flocos finos.
Os deuses as desejam desgarradas,
desertando-as sem dó, aos desatinos.
Pluviosas porções desencontradas,
sem mais sinais de sêmens celestinos.
Noutros céus correm nuvens saturadas
de chuvas, em conflitos intestinos.
Rios rompantes, ruas alagadas,
devastadas por doudos torvelinos.
Chuvas caudais em messes desplantadas,
são sevícias de seres viperinos!
São de Deus doações desperdiçadas,
desditosas dações de dons divinos.
Prantos em prece. Hosanas são cantadas.
Missionárias missas. Choram sinos.
E a procissão de nuvens desaguadas
vai feriando a fé dos nordestinos!
JPessoa/PB
29.11.2012
oklima
Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de vera...