FUNDO DO POÇO
Hoje tenho medo do escuro
Me sinto sem poder
Estou no oco do mundo
Sem vontade de viver
E nos caminhos sem volta
De ardilosa lembrança
Eu só vejo coisa morta
Que me nega esperança
A morte agora sem importância, se aproxima
É a única coisa que não me dá medo
Não me entristece, nem anima
Talvez até me traga aconchego
Talvez leve o escarro do meu peito
A tosse, a dor e a sofreguidão
E dos últimos momentos em meu leito
Alivie essa dor no meu coração.