Tudo está aqui dentro de mim
Cada lagrima que não deixo rolar
Cada falso sorriso para a tristeza disfarçar
Está tudo aqui comigo....
Cada sonho que partiu
Cada gota de veneno 
Que um falso amigo comigo dividiu...

Nada se perdeu...
Em baú de fantasia tudo ocultei
O que era sem forma e cor
Com tinta de esperança colori
E pequenas joias fiz das lagrimas que chorei...

Brinquei em verão mentiroso
Dancei entre flores de uma falsa primavera
Em outono de outros de frutos alheios me fartei...
E todos que me viram não souberam entender
Que o inverno rigoroso era constante em meu ser...

Me cansei das pessoas e seus métodos
Por isso me escondi do sol...
Durante a noite o mundo dorme e eu vivo
sozinho, buscando na luz das estrelas um farol...

Apenas um grande vazio é o que sou
esperando algo que me preencha
Por assim ser tentei amar, mas nada me amou...

Sempre solto ao vento...
Não houve onde deitar minha dor
Mas fui a cama dos que sofriam tormento...

Blindado coração e por parecer forte
deixaram-me só todas as estrelas de minha imensidão....
Ah! Cruel estadia...
Quem há de secar as lagrimas de minha solidão?

Blindado espirito e por ser assim parece forte
Deixa-me o mundo na companhia de minhas dores
Mar aberto feito de minhas lagrimas...
Onde cantam as sereias os falsos amores
Blindado coração e por parecer forte
Vão-se os anjos me deixando a própria sorte...

Ah! Cruel estadia!
Exista quem compreenda tal comoção?
Ah! Cruel nostalgia...
Faz-me ser herói do mar que nasceu de minha melancolia.
Ah! Cruel solidão
Quem sou eu? Nada mais que um minusculo grão...
Sozinho em deserto inóspito...
Sonhando em ser estrela brilhando na escuridão..
Ah! Mundo Cruel que de tão abarroado
É vasto, vazio e gelado...
Ah! poesia que nasce da arte em ingrata beleza
Pois quem vier a ler depois de aplaudir
Há de partir e o poeta será sempre tristeza...