Epitáfio...Enquanto vivo

Pasmem! Assustem-se!

Não quero mais a beleza deste mundo.

Quero mais é que o sol se ponha e adormeça eternamente.

E que enquanto eu caminho... as luzes se apaguem sob minha influência!

Que minha cadavericidade derrame lágrimas de quem eu amo.

Ah, cansei de existir enquanto sou..não quero mais tentar.

Mas ainda covarde para o que sei que acabaria com toda essa dor...

Deixo que os dias mal cuidados arruínem aos poucos esse ser...

Matei sim a alegria, joguei-a aos cães para que a devorassem.

Não me importo mais com o que seus olhos veem

Apareço assim..disforme, funesto, sepultado em mim...

Não quero lamentos, nem choro, nem enterro...

E que o mundo saiba que tentei, e cansei...

Tentaram...mas não sei se eu quis...cansei..

Como tudo que é passado... um dia no futuro também o serei

Acostumem-se...

Não entenderam? Não importa..nada mais importa..acabou..

Não há Fênix, porque não haverá nem cinzas!

Nada mais serei com o tempo, nem memória...

E toda essa sombriedade tem ocorrido diante do olhar de todos..Aos poucos...

Oh Deus, salva-me das minhas mãos!

Não Deus!..De minha mente..!

De onde projeto todo este espetáculo de horror..

A espectadores assustados, mas acostumados ao fim...de um ato!