O CLAMOR DE UMA BANDEIRA


Hoje, é uma lagrima triste,
Cintilando Sob um céu vermelho,
Que corre no rosto desiludido
É o poente de um tempo
E nele, a dor da vergonha
Tisna taças e ídolos
A bandeira rubra tremula,
Mas esta abatida,
Este pano que envolveu sonhos
Abraçou anseios,
Amarrotou-se em festejos e glorias
Esta clamando, aturdido
o outrora egrégio pano,
esta murcho, cansado e encardido
Vislumbra escravos da vaidade
A rosnarem suas salivas
Em defesa de seus egos
Estupefato está, o enfronho,
Pois na vê a alma guerreira,
Não ouve os gritos de bravura
só bravatas de ícones de barro
onde está o timão desta nave?
onde estão seus capitães?
a flâmula teme o obscuro inverno
vaticina em seu amago doido,
o pior dos destinos grená:
a maldição do inferno inferior
não é nossa esta sina
não pode ser!
mas, nas marolas agoniantes
em que se arrastam esta turba cega
avista-se um horizonte sombrio.
salve-nos óh gloria antiga!
rufem os tambores de okohama!
clamem aos mandarins
orem aos deuses mortos,
mas não esquecidos
pra que apenas seja
um poente de um tempo
triste sim, como outros,
mas que antecede uma nova aurora
colorada.


 
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 21/11/2012
Reeditado em 21/11/2012
Código do texto: T3996585
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