A sombra dos olhos da pantera
-Ingratidão-
É tão voraz quanto seus dentes afiados
-Traição-
Cravaram em meu peito a faca
E da chaga aberta verte lagrimas
Rasgaram meu coração
E no sangue que do peito se esvai
Como Pilatos, lavaram as mãos...
Eu não tive medo do espelho
Mesmo perfeição misturada em defeito
Nos meus olhos há paz que me compraz
A dor apenas me veio
Porque no reflexo do espelho
Vi meu irmão me esfaqueando por trás...
O caminho é de pedras, buracos e espinhos
recolhi pedras para com elas tapar buracos
feri a mão recolhendo os espinhos
Pois delas nascem rosas...Pétalas de carinho
Eu trouxe a dor, a fascinação
Doente querer...Eu trouxe a paixão...
E na loucura que me diferencia
Eu não comi a carne apodrecida...
Em uma bandeja dei a quem não devia
A alma, o corpo e a vida...
Para a cura benquista...
Não devorei e não me fartei...
confiei a lealdade sem julgar quem merecia...
Entre nódoa, pústula e defeito
Brilha a luz...Ora vem Senhor Jesus
Pegue o cabo do punhal e arranque-o de meu peito...