POEMA TEMPORÃO
Se eu fosse escrever um poema agora,
Ele se enquadraria, na forma e no conteúdo,
Na poesia da segunda geração romântica!
Os pássaros que vejo voando no céu
São negros corvos fazendo triste sombra
Em minh’alma! Meu pensamento,
Cavaleiro Negro mais veloz que a luz,
Traz-me a lembrança da morte, da cruz,
Da tétrica e mórbida má sorte que me conduz!
Se me fosse possível uma noite de prazer...
Eu pediria a Azevedo: Uma noite na Taverna!
Pois, se a mulher que amo me é impossível,
Se a cada noite por ela sofro numa solidão terrível,
Quero tétrica noite em que a morte me seja possível!
Acusam-me de um poeta deslocado do meu tempo?
Poeta de coração deslocado no peito, vivo do meu jeito!
Sou triste e solitário, porque fui ferido por amor, no peito!
Prefiro os “poetas malditos” a fazer “versinhos bonitos”!