Lobo e Anjo
Sigo os caminhos de algum poeta alegre,
levando tristeza ao alvoroço de perdida calma
que n’alguma estrada,passou antes de mim,
feito assim um anjo bom,
cheio dos tortos de Drummond,
reencantados nos versos de Adélia,
nos prados dos meus versos salpicados,
caídos das almas dos meus pacatos poemas.
Se não me sou a todo instante desse jeito,
procuro e acho n’alma alguns grandes defeitos,
porque se poeta o sou,sou assim, alegre e triste,
hora anjo torto,hora anjo hígido,
passeando por entre os céus e os infernos dos meus versos habitados
por anjos e demônios cheios de ossos e cheio de carnes,
um poeta andarilhado pelos sentimentos,
equilibrista das estepes, uma dada serpente sem veneno...
um louco distraído,
mas, um manso lobo, de ninguém, selvagem.