Sofridas despedidas


É um sentimento não burilado
Que entra e faz enorme estrago
Aparece sem ser convidado
E deixa rastros no seu âmago

Seja no varejo ou no atacado...

Promove queda da estabilidade
Como um assalto de pessimismo
Isso é um grande perigo à felicidade
Deixa seu eu refém do entreguismo

Sofrer tem muito com adiar...

Preguiça de se doar de forma plena
Uma espécie de fuga para não amar
Há que se desfiar toda essa cantilena
Para tanto é necessário à dor desatar

Nessa recusa... A alma logo acusa...

Os nós intolerantes da impaciência
Essa aparente rigidez da inoperância
De viver entregue a essa corda bamba...
Aviso: Descarrega logo essa caçamba!

Desarma de uma vez a essa bomba

Nem que vire depois... Só um samba
Há que se fazer dançar essa emoção
No batuque suave e calmo do coração
Que te tira da mesmice que arromba

Preenche com nova cara os teus vazios

E te lança ao intrépido voo do trapézio
Sem se preocupar com tela de proteção
Do circo desta vida de brilhos de topázios
Pelo poder da poesia que dá sustentação

Vencem-se vicissitudes e todos os labirintos

Seja na subida ou na descida fria ou aguerrida
Das despedidas... Para encontrar a tua saída.

Hildebrando Menezes
Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 16/11/2012
Reeditado em 16/11/2012
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