SOLIDÃO

Não se preocupe; a culpa não é sua.

Sou eu a total responsável pela ausência de sucesso em mim.

É claro que isso só me leva a ficar só, a tornar-me só.

Nada aqui dentro é grande.

Tudo é mesquinho, pequeno, hipócrita.

O orgulho que me envaidece, quando se vai, abandona-me ao acaso.

A estima fica corrida, doída.

E esse egoísmo que me torna única e exclusiva, quando parte, faz sentir-me um germe.

Esse estado último e depressivo a que me encontro é fardo meu.

Causa do meu desamor, do meu furor, da minha podridão.

Não do abandono das pessoas.

Esse é um sentimento meu.

Só agora reconheço isso.

E agora entendo.

Começo a entender...

Ainda posso tentar ser feliz.

Ainda há tempo.

Karina Campos

17 de Julho de 2004.