MÃOS VAZIAS

Tão distraída andavas,
Na posse de um novo dia,
De um sonho que te fazias,
Que nem me viste nem nada,
Com o olhar de quem me dera,
Do lado oposto da calçada,
Calçada que palmeei,
Com as retinas esperançadas.
Andavas tão distraída,
Com a alma cheia de vida,
Que parecia; voavas...
Encantada na atmosfera,
Levavas outro amor, levavas...
Que o meu não caberia.
Em um gesto longo de espera,
Fiquei ali; de mãos vazias.

Mas, eu bem sei,
               Não voltarias.


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PERSISTÊNCIA

Mesmo assim, eu te espero,
porque, amada, te quero.
Embora de mãos vazias,
meu coração está cheio
de alegria,
             de enleio,
do amor que, a ti, dedico
e é por isso que fico,
o olhar esperançado
como cão abandonado,
parado, ali, na calçada,
enquanto passas, alada,
sem enxergar o meu vulto.
Não importa te desculpo.


Passaste por mim, nem me viste,
mas meu coração inda insiste.


(HLuna)