E lá vai a vida... escrevendo em "ão"...

Cansaço... depressão... decepção...

Quantas dores... que terminam em "ão"...

Meu peito está... absurdamente... oco...

Nem sei... se nele... pulsa um coração...

Montanhas íngremes ... escalei...

O afeto foi grande... foi tanto... exagerei!

Mas eu cria que podia... mudar tudo...

Era uma rocha... mas ... desmoronei!

Jamais me deixei vencer... acreditei no

Ser humano... e muito alto.. apostei...

Feridas... bofetadas... hematomas mil...

Quantas lutas ... comigo mesma... travei!

Perdoa... perdoa.. perdoa... meu coração

Pedia... mesmo machucada e maltratada.

Que grande... e árdua batalha... por nada!...

Nunca teria cura... minha alma marcada...

A hipocrisia... é vilã poderosa... devastando

Tudo... é fera que domina... e procria...

Sinceridade... afeição... afeto... carinho...

São fragilidades... levadas pela ventania...

O tempo passa, a vida... velozmente passa...

E a única verdade... é a nossa. Represada

No nunca mais... no gesto agora tranqüilo...

Aceitando o destino...e sua última cartada...

E lá vai a vida... escrevendo em “ão”...

Gratidão, compreensão, irmão?... - Ficção!...

Utopia perdida na multidão dos sonhos...

Curvando na triste... e derradeira traição...

Mary Trujillo

21.02.2007

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Mary Trujillo
Enviado por Mary Trujillo em 01/03/2007
Código do texto: T398106
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