PRENÚNCIO PARTE II
PRENÚNCIO PARTE II
Hoje foi “o dia”, após a enfermeira arrebentar minha veia
A sedação veio das mãos do anestesista sem luvas, um ás
Injetou de primeira minha sub morte, experimentei a paz,...
No mudo mundo do nada, sonhos despertados nos olhos de areia
Na calunia da minha sobre infecção. Sou réu aguardando o veredicto.
A endoscopia junto com a colonoscopia, a desgraça nunca anda só,...
Eu amo a solidão! Desprezo a fé dos supersticiosos que me dão dó.
Sinto o desespero da esposa e do meu filho, o sentimento não é erudito
Ele é escravo das emoções que afloram na arrogância da imortalidade
Cativo de uma bravia elegância que não se desculpa e não aceita o ocaso
Impulso ignorante que age num não falar, de expressões que falam ao acaso.
Não choro a vida que tive ou que terei,... Isso é para os covardes!
Quero-me ir com a mesma dor que minha mãe teve ao me parir,...
E apesar de não tê-la visto,... Bem sei que teve tempo para sorrir.
CHICO DE ARRUDA.