Libertação
Então iniciou-se a libertação.
Sob o luar, seu corpo despido.
Frio, estático e desprotegido.
Não mais se denota respiração.
Com um sorriso em seus lábios
E uma Lótus Negra em sua mão,
Ninguém, nem mesmo os sábios,
Compreenderiam seu coração.
Não havia limites nem malícias.
Era feliz com apenas imaginação.
Notava beleza onde não ousariam.
Sentia a poesia na escuridão.
Com toda sua imperceptível pureza,
Não mais suportava tanta solidão.
Essa terra não merecia sua beleza.
Sem hesitar, libertou-se então.
E naquela flor que carregava,
Estava a memória de sua vida.
Vida essa, que jamais será lembrada.
Vida essa, que jamais será entendida.