Onde estão os Lírios do campo!
 
Corri feliz pelos campos da minha infância
Há! Quanta a saudade, tanto é o tempo!
Que contou muitas histórias sobre a vida
Os velhos já se foram com os semeadores
Os campos já estão botados ao abandono
Já não existem as gentes, que eu tanto escutei
As árvores estão envelhecidas, enfraquecidas
O vento já não sopra com amor e nem canta
Os caminhos se perderam no rasto do infinito
As flores já não nascem, nem decoram nada ali
Os pássaros sentiram-se traídos e logo sumiram
Não tem mais as fontes de água fresca, límpidas
Agora jaz algo nauseabundo, entre águas paradas
O céu se faz cobrir por nuvens cinzentas e negras
Lá ao longe, vejo as velhas lápides, esquecidas
Não tem flores, não tem visitas, tudo silencioso
Entre os negros muros, carcomidos pelo tempo
Olho o horizonte e nada eu avisto, nada mesmo
Aquela casinha, tão pequenina, de janelas brancas
Hoje já não tem mais janela e dela quase nada sobrou
Dizem que foi o tempo da vida, que por ali passou
E onde está? O velhinho sentado naquela varanda!
Não sei, brotou em meu peito uma forte saudade
Dos tempos de quando era ainda uma menina
Saudades dos lugares, dos cheiros da minha aldeia
Mas o passado não volta mais, e nem alivia o coração
Vi o meu adorável campo, onde eu brincava todo o dia
Ajoelhei agarrando a terra e a sentindo dentro de mim
Entre os meus dedos, vi a vida passar rápida e frenética
Onde estão os lírios do campo? Onde estão eles! Terra
Vejo apenas a terra seca, terra dura, terra abandonada
E os meus lírios já não existem mais, eu não sou menina!
 
Betimartins
Enviado por Betimartins em 07/11/2012
Código do texto: T3973762
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