DESALENTO
Nessa noite que não passa,
Eu sou a parede baça,
As rasuras de um eu inexato,
Sou a moldura, o retrato,
Gastos pelo tempo, pela traça.
Nessa noite de desalento,
Nem mesmo o sussurro do vento,
Entra pelo vão da cortina,
Aos poucos me descomponho,
Perco o espaço, os traços, os sonhos,
Desalo a alma menina.
Nessa noite de ego perdido,
Sou um grito recolhido,
Entre a angústia e o breu,
Estou sem mim, não sou eu,
Sou um amor não acontecido.
Nessa noite que não passa,
Eu sou a parede baça,
As rasuras de um eu inexato,
Sou a moldura, o retrato,
Gastos pelo tempo, pela traça.
Nessa noite de desalento,
Nem mesmo o sussurro do vento,
Entra pelo vão da cortina,
Aos poucos me descomponho,
Perco o espaço, os traços, os sonhos,
Desalo a alma menina.
Nessa noite de ego perdido,
Sou um grito recolhido,
Entre a angústia e o breu,
Estou sem mim, não sou eu,
Sou um amor não acontecido.