Rosas Mortas
Andei regando flores mortas
Elas não precisavam mais de água
Mas eu não podia arrancá-las e fechar as portas
Para o jardim profundo das mágoas
É um jardim de rosas mortas que cultivei
Não as cuidei em viçosa vida que outrora tiveram
E todo ciclo vital segue da mesma vida e lei
De alimentar-se do que a ofereceram
Do mofo de toda essa inconsciência brota o fungo
Da futura geração de flores, folhas e frutos desse ecossistema
E com tais sementes brotarão as esperanças de um novo mundo
Embora não possa recuperá-las – oh rosas, vítimas de tal dilema! –
Lamento vossa morte pelo descuido de seu jardineiro... perdão!