Tuas Lágrimas
De teus olhos esses cristais
Caem rolando por todo o rosto,
São preces suas sentimentais
Na tristeza dão-lhe torpe gosto!
Mas estes teus diamantes,
Correndo por essa face desbotada
Seriam as dores suplicantes
Da nossa história nunca inacabada?
Mudo ouço tua voz em palidez
Soluçar qualquer palavra sem barulho
Sinto-as na sóbria embriaguez,
Ao meu peito matar todo o orgulho!
Haveria de ser então assim,
Quando espelhadas gotas se caem,
Sem dizer-me nada enfim,
As pérolas destas pálpebras saem?
Já nas mãos toda umidade,
Molha senão essas tantas lástimas,
Morrendo a paz de serenidade
Junto das tuas amarguradas lágrimas