NAVEGANDO...

E lá vou eu... por esse vasto mar,
Com a companhia das sombras do passado,
Com o desenredo, o medo do presente, do futuro,
Um navegante errante, um traçado,
Distante do reencontro, dos sonhos mais puros,
Sem um porto seguro para ancorar.


E lá vou eu... nessa espessa viagem,
Tateando, tentando encontrar a coragem,
Nos pontos de luzes da imensidade,
Ou no pouco de fé que ainda me habita,
Como as ondas oceânicas, minha alma se agita,
Grita! mas tudo se perde no meio do nada.


E lá vou eu... ego ao avesso,
Cismando, pagando um alto preço,
Pela  minha ingenuidade, minhas retinas encantadas,
Amar quem não mereço, fantasiar a realidade,
É; a vida é assim, problemática, enigmática travessia,
E eu vou navegando... transpirando uma triste poesia.


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TRAVESSIA

Eu navego procurando o rumo certo,
muito embora o presente adverso,
sigo o rumo que há muito hei traçado.


O meu anjo segue junto, ao meu lado,
reunindo os sonhos que estão dispersos
neste mar encapelado a céu aberto.


 Travessia tão difícil, problemática.

 Mais parece uma carta enigmática.

(HLuna)