Esquecer o que jamais esquecerei

Jamais esquecerei o quanto não sei viver.

A dualidade apossa-se de mim, enquanto o compasso da vida está em movimento.

Como poderia esquecer o sorriso superficial em belas facetas?

A compaixão dos seres humanos foi esquecida pela ganância.

Jamais esquecerei as tormentas que ouço durante minhas caminhadas.

Sons atordoantes, antes da minha pena mortal.

Enquanto pássaros agarram-se às copulas de árvores densas e profundas,

sou obrigado a encenar em peças reais de palhaços sem máscaras.

Como poderia esquecer o meu nome.

Ele é repetido na história de forma distorcida em meus pensamentos.

Ousaria nomeá-lo de indecisão.

Indecisão que destroça meus caminhos, meu futuro e a minha alma.

Esquecerei as lágrimas de meu percurso fétido aqui existentes.

Concomitantemente, esquecer o que era esquecido e mergulhar o rosto em cascatas de águas cristalinas.

Atordoa a alma e a destrói em cacos de cristais.

O medo da solidão por um futuro sóbrio.

Queria eu poder ter dias e noites tocando ao meu piano.

Cantando e ser cantado pela realidade em mim não existente.

Aos cantos, socorrido, aos cacos ao som de violinos.

Amaria eu escrever sem nem mesmo saber o porquê de esquecer.

Esquecer minha origem.

Esquecer o que carrego há anos em minhas costas.

Esquecer o que nunca jamais esquecerei.

Le Cygne Noir
Enviado por Le Cygne Noir em 05/11/2012
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T3969906
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