Soneto pela humanidade desvirtuada
O espelho que reflete uma imagem inebriante,
traz consigo uma escuridão outrora inimaginável.
A rosa negra de meu mais profundo e penetrante silêncio,
pela amarga volúpia que afunda em seu visitante.
Sonha aquele que poderia acordar de meus pesadelos.
Profana todas as adivinhações de um mundo carnal e vadio,
para que a majestade cante em seu trono de coroações, enterrada por sua vaidade e promiscuidade.
Em um reino de ganância, os fracos vangloriam sua ascensão no vale dos mortos.
Quando os corvos arredios os aprisionam em seus pecados,
as lamentações já não os fazem livres de sua condenação.
Escarro de toda a purgação da terra, exangue tornam-se suas almas.
Lilith os envolve e os devora em seu berço.
Tratá-los-á como a podridão de gerações em orgias,
quando somente a sombra de seus instrumentos pecaminosos não mais usufruírem de sua vivacidade.