Noite negra!

Não precisa deixar de fazer valer nossos beijos.

Já fizeste minha alma alcançar as estrelas...

E despencar cadente,

E ser aprisionada no Ades de tua indiferença.

Perdida no ermo da solidão, sem rumo,

Sequer ver razão nesta emoção...

Tão sem nexo... Sem pretensão de acontecer!

Ilusão!

O teu silêncio fez fugir-me o fôlego,

Teu desprezo rarefez meu ar.

E perco o foco do meu olhar...

Tento me apegar a tua imagem,

Que trago gravado na memória de minha pele...

Delicia suave, selvagem!

Foste lento ao tocar-me,

Mas veloz ao descartar-me.

Não preciso obter respostas,

Sei que me perdi por descuido,

Num dos oásis existentes, no âmago do deserto da minha solidão.

Mais teu beijo foi tão profundo... Tocou-me a emoção!

Tentei fortalecer meu frágil coração,

Plantando no acaso o teu desabrochar em mim,

Como as flores que nascem sem pedir licença nos jardins alheios,

Trazidas pelos pássaros, pelos ventos, pelo tempo...

Tua ternura germinou em meu peito

Como o boaba do pequeno príncipe,

E esfacelou meu sonho.

Desnudaste meu corpo com tuas ágeis mãos,

E derrubaste minhas barreiras de proteção do coração

Com a habilidade de um mago... Prisioneira de teu feitiço,

E creia, feliz por isso!

Afinal é preciso morrer na escuridão a lagarta,

Para que a borboleta exista, linda, em sua missão decorativa.

Não preciso de tuas palavras.

Elas não existiram mais, eu sei...

Não preciso te ouvir desfazer

O que meus ouvidos guardaram,

__Bela... __

Deslizando tuas mãos em meu rosto,

Juro, nunca senti tanto abandono e prazer,

Como vivi com você!

Fechando meus olhos,

Posso sentir teu hálito próximo aos meus lábios,

Insinuando um desejo... De delicioso beijo!

Condicionaste minha boca atua língua louca.

E hoje procuro no tempo de minha memória,

Mil anos luz de sentimentos...

Nos segundos de nossos momentos.

Você veio como brisa suave,

E se foi como tempestade.

Deixando um rastro de destruição... Solidão!

Mas sempre resta a esperança,

Depois da tempestade, vem sempre a bonança!

Vou esperar o sol nascer mais uma vez.

Não me arrependo das queimaduras,

Afinal, me enamorei do sol!

Observadora
Enviado por Observadora em 28/02/2007
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