Ode à alvorada

No fundo de tudo que se busca,

encontra-se o vazio do viver.

Não há razão nas almas sem sentido.

Aonde ir sem se rasgar em pranto.

Almeja-se à vitória dos fracassados em suas jornadas.

Um lugar para buscar o conforto de tamanha escória longe do berço.

A vida encontra sua normalidade em incessáveis punhaladas.

Faz-se em lágrimas o sonhador em outrora noite.

Uma viagem à tentação infernal dessa realidade dos entes.

Na compaixão enjaulam-se a dor, a mágoa e a catástrofe do conto fantasioso.

A punição desfia meus olhos, incinera meus pés, assola meu corpo.

Caminhando à triste face dos humanos.

Onde na conduta dos mortais Deus permaneceria,

a ingratidão jaz.

Não há luz na cova de meus destroços.

Não seria pecado enxergar o voo dos pássaros cantantes no coração da humanidade,

Todavia, aquele que é sucumbido em dor e maldade, para se esvanecer em cinzas.

Lava-te de sangue, hospedeiro da perversidade.

Cumpra o destino demoníaco que te propuseste a seguir em vermes de satanases.

Não luta blasfemando contra um Deus em que aqui existe.

Despedaça tuas malícias em fundos da discórdia, aonde dormir eu não irei.

Cala-te por teus insanos pesares sobre mim,

e não insista no desastre deste enoitecer.

És a água densa que com hostilidade eu me embriago.

És o lodo em que caminho por tempos infindáveis.

É neste poema, em que perpetuo tuas gargalhadas.

Esse amor inábil em feridas de câncer...

Caio ao louvor à espera de fulgor,

das orações sobre dilúvio, à aurora grandiosa.

Cintila a divindade, em que dentro de mim, parecia sepultada.

És a vela que eu apagarei diante dos meus abertos braços em devoção.

És a esperança de meus desejos e és a fúria de que me despeço.

Le Cygne Noir
Enviado por Le Cygne Noir em 31/10/2012
Código do texto: T3962648
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